TRANSFORMAÇÃO DE LIXO ORGÂNICO EM UM BOM NEGÓCIO

domingo, 5 de maio de 2013

Edição do dia 05/07/2012
06/07/2012 01h45 - Atualizado em 06/07/2012 01h45

 

A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em várias empresas do Brasil. Uma delas consegue faturamento médio de R$ 100 mil por mês.

Lixo é um negócio lucrativo, e muito positivo para o meio ambiente, desde que tratado corretamente. O que se joga fora de comida por ano no Brasil daria para alimentar 30 milhões de pessoas. É a população do Iraque.Cada um de nós gera em média um quilo de lixo por dia e mais da metade disso é matéria orgânica. São 22 milhões de toneladas de alimentos que para na lixeira. Resíduos que se transformam em uma bomba-relógio ambiental na maioria das cidades brasileiras. Abandonados a céu aberto, os resíduos orgânicos vão parar nos lixões, viram chorume, que contamina as águas subterrâneas. Gás metano, que agrava o efeito estufa. Atraem ratos, moscas e baratas, que transmitem doenças. É nesses locais que milhares de pessoas acabam vivendo, na tentativa arriscada de ganhar a vida, mas há quem já enxergue no lixo uma maneira correta de trabalhar e excelentes oportunidades de negócio. A destinação inteligente do lixo úmido já é realidade em várias empresas do Brasil. De restinho em restinho chega-se a cinco toneladas de lixo por mês numa fábrica de produtos de beleza. “Antes a gente desenhava o procedimento mandando para aterro e hoje a gente utiliza nosso parceiro para fazer a compostagem então é um ganho para sociedade”, fala o diretor da Lóreal Brasil, Rogério Barbosa.Numa outra fábrica de equipamentos, os recicláveis são separados num galpão e mais recentemente, o lixo orgânico também passou a ter um destino mais nobre. Sem gastar um centavo a mais. “A gente consegue evitar que vá a aterros sanitários, cerca de 3 mil kg de resíduos orgânicos por mês”, fala o gerente de fabricação de equipamentos da White Martins, Giovani Santini Campos. Acompanhamos a rotina de uma das primeiras empresas do Brasil a transformar lixo orgânico em negócio lucrativo. O material é levado para um imenso galpão em Magé, na região metropolitana do Rio, onde acontece a compostagem.“A compostagem de forma natural duraria em torno de cinco a seis meses. Através de um líquido, que funciona como catalisador do processo, a gente acelera isso para em média 40 dias”, explica o diretor comercial da Vide Verde, Marcos Rangel.Outra vantagem desse sistema é que ele reduz drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global. Nos aterros de lixo, gera-se 400 gramas de gás para cada quilo de lixo orgânico. Nas composteiras, essa emissão fica em torno de quatro gramas, por quilo, 100 vezes menos.O que antes era resto de comida vira material seco, sem cheiro ou riscos para a saúde. Misturado à terra preta, o composto é ensacado para então se transformar em um produto cobiçado no mercado de jardinagem.Quem quiser pode produzir adubo orgânico dentro de casa. Em pelo menos cinco mil domicílios brasileiros, a Minhocasa é o destino final do lixo orgânico.“O resíduo orgânico que a gente pode colocar dentro desse minhocário pode ser desde as cascas de frutas e verduras, os talos, como também o alimento que já foi cozido como sobra de arroz, feijão, macarrão, casca de ovo, borra de café, pão embolorado, tudo isso é bem-vindo”, conta o sócio-fundador da Minhocasa, César Cassab Danna.
O sistema inspirado num modelo de política pública adotada da Austrália funciona até em apartamentos pequenos. Em caixas fechadas, que não exalam mau cheiro, as minhocas realizam de graça a conversão do lixo em adubo.

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