Fossa séptica

quarta-feira, 28 de março de 2012

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As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria sólida contida no esgoto. É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada, sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento não é completo como numa Estação de Tratamento de Esgotos.
O esgoto in natura deve ser lançado em um tanque ou em uma fossa para que com o menor fluxo da água, a parte sólida possa se depositar, liberando a parte líquida. Uma vez feito isso bactérias anaeróbias agem sobre a parte sólida do esgoto decompondo-o. Esta decomposição é importante pois torna o esgoto residual com menor quantidade de matéria orgânica pois a fossa remove cerca de 40 % da demanda biológica de oxigênio e o mesmo agora pode ser lançado de volta à natureza, com menor prejuízo à mesma.
Devido a possibilidade da presença de organismos patogênicos, a parte sólida deve ser retirada, através de um caminhão limpa-fossas e transportada para um aterro sanitário nas zonas urbanas e enterrada na zonas rurais.
Numa fossa séptica não ocorre a decomposição aeróbica e somente ocorre a decomposição anaeróbica devido a ausência quase total de oxigênio.
No tratamento primário de esgoto doméstico, sobretudo nas zonas rurais, podem ser utilizadas as fossas sépticas que são unidades nas quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto.
As fossas sépticas são uma estrutura complementar e necessária às moradias, sendo fundamentais no combate a doenças, vermisoses e endemias (como a cólera), pois diminuem o lançamentos dos dejetos humanos diretamente em rios, lagos, nascente ou mesmo na superfície do solo. O seu uso é essencial para a melhoria das condições de higiene das populações rurais e de localidades não servidas por redes de coleta pública de esgotos.
Esse tipo de fossa consiste em um tanque enterrado, que recebe os esgotos (dejetos e água servidas), retém a parte sólida e inicia o processo biológico de purificação da parte líquida (efluente). Mas é preciso que esses efluentes sejam filtrados no solo para completar o processo biológico de purificação e eliminar o risco de contaminação.
As fossas sépticas não devem ficar muito perto das moradias (para evitar mau cheiros) nem muito longe (para evitar tubulações muito longas). A distância recomendada é de cerca de 4 metros.
Elas devem ser construídas do lado do banheiro, para evitar curvas nas canalizações. Também devem ficar num nível mais baixo do terreno e longe de poços, cisternas ou de qualquer outra fonte de captação de água (no mínimo trinta metros de distância), para evitar contaminações, no caso de eventual vazamento.
O tamanho da fossa séptica depende do número de pessoas da moradia. Ela é dimensionada em função de um consumo médio de 200 litros de água por pessoa, por dia. Porém sua capacidade nunca deve ser inferior a mil litros

BET -FOSSA VERDES

quinta-feira, 22 de março de 2012

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Manejo            
Primeiro (obrigatório), a cobertura vegetal morta deve ser sempre completada com as próprias folhas que caem das plantas e os caules das bananeiras depois de colhidos os frutos. E se necessário, deve ser complementada com as aparas de podas de gramas e outras plantas do jardim, para que a chuva não entre na bacia.
Segundo (opcional), de tempos em tempos deve-se observar os dutos de inspeção e coletar amostras de água para exames. E observar a caixa de extravase, para ver se o dimensionamento foi correto. Essa caixa só deve existir se for exigido em áreas urbanas pela prefeitura para a ligação do sistema com o canal pluvial ou de esgoto.
CONSTRUÇÃO PASSO-A-PASSO
Orientação em relação ao sol
Como a evapotranspiração depende em grande parte da incidência do sol, a bacia deve ser orientada para a face norte (no hemisfério sul) e sem obstáculos como árvores altas próximos à bacia, tanto para não fazer sombra como para permitir a ventilação.
Dimensionamento
Pela prática, observou-se que 2 metros cúbicos de bacia para cada morador é o suficiente para que o sistema funcione sem extravasamentos. A forma de dimensionamento da bacia é: largura de 2m e profundidade de 1m. O comprimento é igual ao número de moradores usuais da casa. Para uma casa com cinco moradores, a dimensão fica assim: (LxPxC) 2x1x5 = 10 m3.
Bacia
Pode-se construir a bacia de diversas maneiras, mas visando a economia sem descuidar da segurança, o método mais indicado de construção das paredes e do fundo é o ferrocimento, como se pode observar na fotos abaixo. As paredes ficam mais leves, levando menos materiais. O ferrocimento é uma técnica de construção com grade de ferro e tela de “viveiro” coberta com argamassa. A argamassa da parede deve ser de duas (2) partes de areia (lavada média) por uma (1) parte cimento e argamassa do piso deve ser de duas (3) partes de areia (lavada) por uma (1) parte cimento. Pode-se usar uma camada de concreto sob (embaixo) o piso caso o solo não seja muito firme.
Câmara anaeróbia
Depois de pronta a bacia e assegurada sua impermeabilidade, mantendo-a úmida por três dias, vem a construção da câmara que é super facilitada com o uso de pneus usados e o entulho da obra. Como mostra a foto abaixo, a câmara é composta do duto de pneus e de tijolos (bem queimados) inteiros alinhados ou cacos de tijolos, telhas e pedras, colocados até a altura dos pneus. Isto cria um ambiente com espaço livre para a água e beneficia a proliferação de bactérias que quebrarão os sólidos em moléculas de micronutrientes.
Dutos de inspeção
Neste ponto pode-se iniciar a fixação dos 3 dutos de 50mm de diâmetro, conforme os desenhos acima, para a inspeção e coletas de amostras de água.
Camadas de materiais
Como a altura dos pneus é de cerca de 55cm, que juntamente com a colmeia de tijolos de cada lado vão formar a primeira camada (mais baixa) de preenchimento da bacia (câmara), irão restar ainda 45 cm em média para completar a altura da BET e mais 4 camadas de materiais. A segunda camada é a de brita (+/- 10 cm). Nesse ponto eu tenho usado uma manta de Bidim para evitar que a areia desça e feche os espaços da brita. A terceira é a da areia (+/- 10 cm). E a quarta é a do solo (+/- 25 cm) que vai até o limite superior da bacia. Procure usar um solo rico em matéria orgânica e mais arenoso do que argiloso. A última camada é a palha que fica acima do nível da BET.
Proteção
Como a bacia não tem tampa, para evitar o alagamento pela chuva, ela deve ser coberta com palhas. Todas as folhas que caem das plantas e as aparas de gramas e podas, são colocadas sobre a bacia para formar um colchão por onde a água da chuva escorre para fora do sistema. E para evitar a entrada da água que escorre pelo solo, é colocada uma fiada de tijolos ou blocos de concreto, ao redor da bacia para que ela fique mais alta que o nível do terreno.
Plantio
Por último, deve-se plantar espécies de folhas largas como mamoeiro (4), bananeiras (2), taiobas, caetés, etc. As bananeiras podem ser plantadas de diversas maneiras. Mas eu prefiro usar o rizoma inteiro ou uma cunha (parte de um rizoma) com uma gema vizível. Após fazer os buracos (no mínimo 30x30x30 cm) deve-se enchê-las com bastante matéria orgânica (palhas, folhas, etc.) misturada com terra. O rizoma deve ficar há uns 10 cm, em média, abaixo do nível do solo. Quando plantada a partir de rebentos (mudas), posicione-os inclinados para fora, isso facilitará a colheita e o manejo das bananeiras.
USO EM ÁREA URBANA
Na região sul do Brasil tem diversas BETs em áreas rurais em funcionamento. Não há nenhum impedimento legal para sua instalação. Mas nas cidades, normalmente, tem uma legislação rígida normalizando os sistemas de tratamento residenciais e que impedem o uso desses sistemas.
Em Criciúma, tivemos a primeira implantação de uma BET em área urbana legalizada e aceita pela prefeitura, que poderá incentivar o seu uso para diminuir a demanda por ETEs públicas. Neste momento a cidade está implantando a primeira ETE na cidade para o tratamento do esgoto. E que sabemos não resolverá o problema totalmente e nem por muito tempo. Logo deverá ser ampliada ou duplicada. Até porque todas as águas servidas são misturadas e contaminadas, aumentando o problema para as ETEs. E ainda tem um custo de manutenção que deverá ser repassados aos usuários. A BET tem custo ZERO de manutenção. O tratamento é biológico, sem materiais químicos.
Para auxiliar os interessados, disponibilizo abaixo o RAP (Relatório Ambiental Prévio) que fiz para solicitar a licença de implantação do sistema completo (Bacia de Evapotranspiração e Círculo de Bananeiras). Como esses sistemas ainda são desconhecidos da maioria, o RAP cumpre a missão de explicá-lo tecnicamente aos responsáveis pela área sanitária da cidade. Alerto que não é uma missão fácil, precisa-se de paciência e dedicação para que o sistema seja compreendido e liberado para construção. Os técnicos tem suas razões legais para questionar o projeto e normalmente exigem que o sistema tenha uma saída para o canal pluvial ou de esgoto da prefeitura. O projeto sanitário (abaixo) deve ir como anexo do RAP e mostra como isso pode ser feito sem prejudicar o sistema e ainda serve de ponto de observação de extravase da água.
Na Austrália e em outros países essa já é uma prática comum, divulgadas pelo movimento da permacultura. Vamos fazer o nosso movimento seguindo os projetos a risca e ainda tentando melhorá-los no sentido da segurança e da economia.
incra

BET – Bacia de Evapotranspiração

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A Bacia de Evapotranspiração, conhecida popularmente como “fossa de bananeiras”, é um sistema fechado de tratamento de água negra, aquela usada na descarga de sanitários convencionais. Este sistema não gera nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático. Nele os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas e a água só sai por evaporação, portanto completamente limpa.


Divulgado pela Rede Permear, principalmente em Santa Catarina, esse sistema tem algumas características de construção e desenvolvimento diferentes da Fossa Bio-Séptica ou Canteiro Bio-Séptico, mais usado na região central do Brasil. Mas ambos tem a mesma origem na permacultura e compartilham os mesmos princípios de funcionamento.

FUNCIONAMENTO E PRINCÍPIOS

Um pré-requisito para o uso da BET é a separação da água servida na casa, em cinza e negra. Apenas a água negra, a que sai dos sanitários, deve ir para a BET. A água cinza, aquela que sai da máquina de lavar, pias e chuveiros, deve ir para outro sistema de tratamento como um círculo de bananeiras que também está no projeto que disponibilizo no final deste artigo.


Fermentação
A água negra é decomposta pelo processo de fermentação (digestão anaeróbia) realizado pelas bactérias na câmara bio-séptica de pneus e nos espaços criados entre as pedras e tijolos colocados ao lado da câmara.

Segurança
Os patógenos são enclausurados no sistema, porque não há como garantir sua eliminação completa. Isto é realizado graças ao fato da bacia ser fechada, sem saídas. A bacia necessita ter espaços livres para o volume total de água e resíduos humanos recebidos durante um dia. A bacia deve ser construída com uma técnica que evite as infiltrações e vazamentos.



Percolação
Como a água está presa na bacia ela percola de baixo para cima e com isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando pelas camadas de brita, areia e solo, chegando até as raízes das plantas, 99% limpas.

Evapotranspiração
Na minha maneira de ver, este é o principal princípio da BET, pois graças a ele é possível o tratamento final da água, que só sai do sistema em forma de vapor, sem nenhum contaminante. A evapotranspiração é realizada pelas plantas, principalmente as de folhas largas como as bananeiras, mamoeiros, caetés, taioba, etc. que, além disso, consomem os nutrientes em seu processo de crescimento, permitindo que a bacia nunca encha.

incra

"Fossas Verdes" objetivam garantir sustentabilidade no sertão cearense

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http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet

Publicado em Sexta, 17 Fevereiro 2012 17:40
Uma parceira entre Incra e Universidade Federal do Ceará (UFC) promete ser um marco no que se refere às políticas públicas nos assentamentos da reforma agrária. Neste mês de abril, a pesquisa "Fossas Verdes", que reutiliza água de esgoto sem prejudicar a natureza, está sendo concluída no Projeto de Assentamento (PA) São Joaquim (25 de Maio), em Madalena, a 187 quilômetros de Fortaleza. São 65 "Fossas Verdes" implantadas no PA.
 Uma canaleta é instalada ligando o banheiro da casa ao meio externo, onde está localizada a "Fossa Verde", uma caixa impermeável submersa. Lá dentro, os dejetos ficam retidos em uma estrutura piramidal e a água é drenada por tijolos furados, passando por um processo de tratamento, e serve para a reutilização, inclusive para irrigar culturas como banana, mamão e tomate.
 17 02 ceara
O professor doutor e coordenador do projeto, José Carlos, garante "um fruto totalmente limpo". Ainda de acordo com o professor "não há concentração de gás. As plantas liberam o vapor d´água aos poucos na natureza' afirma. Ele também explica que um esgoto doméstico é formado por 97,7% de água e 0,3% de outros materiais. Daí a importância de reutilização desta água, sobretudo no semi-árido nordestino.
De acordo com o último relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 7% das residências do semi-árido cearense possuem esgotos. Isso reforça a importância do projeto, que é parte da tese de doutorado de Ana Ecilda Lima Ellery, orientadora de projeto de assentamento do Incra. Conforme Ana Ecilda, "as Fossas Verdes têm potencial para contribuir na saúde e na segurança alimentar das famílias assentadas, sem desrespeitar o meio ambiente", diz.
 O custo para instalar uma "Fossa Verde" é, em média R$ 500,00. O valor garante afossa operacionalização por famílias geralmente de baixo poder aquisitivo. O baixo custo é mais um item a favor do projeto.
 O projeto é totalmente financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que garante visitas técnicas regulares aos assentamentos. A equipe é formada por sete pessoas entre doutores, mestres e bolsistas, inclusive por Maria Auderice assentada e bolsista do CNPq, que se anima com a conclusão do projeto que começou em 2009.
http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet

PÓ DE VIDRO - USO EM PROCESSO INDUSTRIAL

sábado, 17 de março de 2012

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INTRODUÇÃO:
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo ou resíduo descartado em produto semelhante ao inicial ou em outro produto. Existem inúmeras vantagens para se reciclar os resíduos, dentre as quais: proteção e conservação dos recursos naturais, geração de empregos através da criação de indústrias recicladoras, economia de energia, redução da poluição do ar e das águas, diminuição da quantidade de resíduo a ser aterrado, aumento da vida útil do aterro sanitário, entre outras. A quantidade de resíduos gerados por alguns setores produtivos desperta o interesse para a busca de novos materiais e tecnologias, com o intuito de atender questões técnicas, econômicas, sociais e, principalmente, ambientais. Alguns produtos constituintes do lixo podem ser reaproveitados como matéria-prima para a produção de materiais de construção. O vidro, cuja composição é formada principalmente por SiO2, é um dos materiais com maior tempo de decomposição na natureza, podendo ser reciclados: potes, frascos, garrafas e cacos. Esta pesquisa versa sobre a incorporação de pó de vidro em concretos de cimento portland e propõe o estudo das propriedades mecânicas destes compósitos. Dessa forma foram produzidos concretos contendo diferentes porcentagens de pó de vidro 0%, 10% e 15% e determinadas suas resistências à tração e à compressão.
METODOLOGIA:
O procedimento adotado para a produção do concreto iniciou pela seleção da dosagem mais conveniente, sendo escolhido o traço em massa 1 : 2 : 3 : 0,57. Os materiais empregados foram: pó de vidro, areia fina de quartzo, com massa específica de 2,63 g/cm3, massa aparente de 1,55 kg/L, dimensão máxima característica de 1,2 mm e módulo de finura de 1,69, pedrisco de basalto, com massa específica de 2,46 g/cm3, massa aparente de 1,52 kg/L, dimensão máxima característica de 9,5 mm, módulo de finura de 3,55 e absorção de 0,52%, cimento CPIII. Foram produzidas 3 misturas, sendo: uma sem a adição de pó de vidro, considerada de referência, uma com a adição de 10% de pó de vidro em relação ao agregado miúdo e outra com a adição de 15% de pó de vidro em relação ao agregado miúdo. Foi realizada a lavagem dos materiais componentes da mistura e moldados os corpos-de-prova cilíndricos (100x200 mm) e prismáticos (150x150x750mm) para cada um dos traços indicados. Os corpos-de-prova foram curados em água durante 28 dias e então submetidos aos ensaios de resistência à compressão e à tração.
RESULTADOS:
Os resultados dos ensaios mecânicos para os concretos de referência, com 10% de pó de vidro e com 15% de pó de vidro são respectivamente: ensaio de resistência à compressão (NBR 5739) 37,20 MPa, 48,10 MPa, 39,73 MPa; ensaio de resistência à tração (NBR 7222) 10934,35 Kgf, 11519,68 Kgf, 14585,70 Kgf; e ensaio de resistência à flexão (NBR 12142) 3765,80 Kgf, 4062,75 Kgf, 3315,55 Kgf.
CONCLUSÕES:
Comparados os resultados obtidos nos ensaios do concreto com pó de vidro e do concreto de referência, pôde-se observar que os concretos modificados apresentaram melhores resultados, ou seja, tiveram maior resistência que o concreto de referência. A única exceção ocorreu no teste de resistência à tração na flexão do concreto com 15% de pó de vidro, que apresentou uma resistência inferior ao concreto de referência. Podemos concluir que o pó de vidro, nas proporções estudadas, pode ser empregado em concretos correntes a fim de melhorar seu desempenho estrutural. A possibilidade do emprego deste material alternativo ao concreto passa a ser uma alternativa tecnológica sustentável contribuindo para a diminuição de lixo industrial e a preservação de recursos naturais.
Instituição de fomento: PUC-CAMPINAS / FAPIC / Engenharia Civil

Pó de Vidro em Materiais Compósitos

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Estudo do Reaproveitamento do Pó de Vidro em Materiais Compósitos
Pâmela Cristina Fernandes 1
Rosa Cristina Cecche Lintz 2
(1. Faculdade de Engenharia Ambiental / CEATEC - FEA PUC-CAMPINAS; 2. Faculdade de Engenharia Civil / CEATEC - FEC PUC-CAMPINAS)
INTRODUÇÃO:
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo ou resíduo descartado em produto semelhante ao inicial ou em outro produto. Existem inúmeras vantagens para se reciclar os resíduos, dentre as quais: proteção e conservação dos recursos naturais, geração de empregos através da criação de indústrias recicladoras, economia de energia, redução da poluição do ar e das águas, diminuição da quantidade de resíduo a ser aterrado, aumento da vida útil do aterro sanitário, entre outras. A quantidade de resíduos gerados por alguns setores produtivos desperta o interesse para a busca de novos materiais e tecnologias, com o intuito de atender questões técnicas, econômicas, sociais e, principalmente, ambientais. Alguns produtos constituintes do lixo podem ser reaproveitados como matéria-prima para a produção de materiais de construção. O vidro, cuja composição é formada principalmente por SiO2, é um dos materiais com maior tempo de decomposição na natureza, podendo ser reciclados: potes, frascos, garrafas e cacos. Esta pesquisa versa sobre a incorporação de pó de vidro em concretos de cimento portland e propõe o estudo das propriedades mecânicas destes compósitos. Dessa forma foram produzidos concretos contendo diferentes porcentagens de pó de vidro 0%, 10% e 15% e determinadas suas resistências à tração e à compressão.
METODOLOGIA:
O procedimento adotado para a produção do concreto iniciou pela seleção da dosagem mais conveniente, sendo escolhido o traço em massa 1 : 2 : 3 : 0,57. Os materiais empregados foram: pó de vidro, areia fina de quartzo, com massa específica de 2,63 g/cm3, massa aparente de 1,55 kg/L, dimensão máxima característica de 1,2 mm e módulo de finura de 1,69, pedrisco de basalto, com massa específica de 2,46 g/cm3, massa aparente de 1,52 kg/L, dimensão máxima característica de 9,5 mm, módulo de finura de 3,55 e absorção de 0,52%, cimento CPIII. Foram produzidas 3 misturas, sendo: uma sem a adição de pó de vidro, considerada de referência, uma com a adição de 10% de pó de vidro em relação ao agregado miúdo e outra com a adição de 15% de pó de vidro em relação ao agregado miúdo. Foi realizada a lavagem dos materiais componentes da mistura e moldados os corpos-de-prova cilíndricos (100x200 mm) e prismáticos (150x150x750mm) para cada um dos traços indicados. Os corpos-de-prova foram curados em água durante 28 dias e então submetidos aos ensaios de resistência à compressão e à tração.
RESULTADOS:
Os resultados dos ensaios mecânicos para os concretos de referência, com 10% de pó de vidro e com 15% de pó de vidro são respectivamente: ensaio de resistência à compressão (NBR 5739) 37,20 MPa, 48,10 MPa, 39,73 MPa; ensaio de resistência à tração (NBR 7222) 10934,35 Kgf, 11519,68 Kgf, 14585,70 Kgf; e ensaio de resistência à flexão (NBR 12142) 3765,80 Kgf, 4062,75 Kgf, 3315,55 Kgf.
CONCLUSÕES:
Comparados os resultados obtidos nos ensaios do concreto com pó de vidro e do concreto de referência, pôde-se observar que os concretos modificados apresentaram melhores resultados, ou seja, tiveram maior resistência que o concreto de referência. A única exceção ocorreu no teste de resistência à tração na flexão do concreto com 15% de pó de vidro, que apresentou uma resistência inferior ao concreto de referência. Podemos concluir que o pó de vidro, nas proporções estudadas, pode ser empregado em concretos correntes a fim de melhorar seu desempenho estrutural. A possibilidade do emprego deste material alternativo ao concreto passa a ser uma alternativa tecnológica sustentável contribuindo para a diminuição de lixo industrial e a preservação de recursos naturais.
Instituição de fomento: PUC-CAMPINAS / FAPIC / Engenharia Civil
Trabalho de Iniciação Científica

LOGISTICA REVERSA - EM ANDAMENTO

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O Estado de São Paulo através do secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas e do governador Geraldo Alckmin, assinou quatro Termos de Compromisso setoriais sobre resíduos sólidos, junto com o presidente e o vice-presidente da CETESB, respectivamente, Otávio Okano e, Nelson Bugalho, e representantes das entidades setoriais.
 O secretário Bruno Covas explicou que "os termos são fruto de conversas, seminários e debates com os próprios setores. Isso mostra o compromisso moral com as futuras gerações". Os Termos assinados implementam modelos propostos pelos próprios setores empresariais, como resultado da Resolução SMA 38, de 2 de agosto de 2011.
 Na ocasião, a Secretaria do Meio Ambiente (SMA) demandou a 13 setores produtivos a elaboração de sistemas que ofereçam alternativas para a destinação ambientalmente adequada dos resíduos produzidos após o consumo de seus produtos. Foram recebidas 189 propostas, representando cerca de três mil empresas. Segundo o secretário, este formato de diálogo com os setores regulados representa uma importante inovação no modo de propor políticas públicas.
 Os documentos firmam o compromisso de estabelecer o conceito de logística reversa com quatro setores, embalagens plásticas de óleos lubrificantes, embalagens de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, materiais de limpeza e afins, de embalagens de agrotóxicos e de pilhas e baterias portáteis.
Logística Reversa
 A logística reversa pode ser entendida como o ato de retornar às cadeias produtivas os resíduos gerados no consumo dos produtos, permitindo sua reciclagem ou reaproveitamento. É talvez a parte mais visível da "responsabilidade pós-consumo", conceito introduzido em 2006 na Política Estadual de Resíduos Sólido (PERS), posteriormente também incluído na Política Nacional de Residuos Solidos (PNRS). De acordo com este, fabricantes, distribuidores ou importadores de produtos que venham a gerar resíduos significativos, mesmo após o consumo dos produtos, são responsáveis pelo seu gerenciamento nos termos da lei.
 Dos projetos que serão executados, alguns já estão em andamento devido à pró-atividade dos próprios setores, ou mesmo pela existência de regras federais. É o caso das embalagens de agrotóxicos e do Programa Jogue Limpo, do Sindicom, cujo vídeo institucional foi veiculado aos presentes.
 "A assinatura destes termos mostra o comprometimento do setor produtivo paulista com a responsabilidade pós-consumo estabelecida em lei. Estes são os primeiros termos e outros serão negociados e assinados nos próximos meses. Esperamos incentivar também os outros setores", destacou o secretário Bruno Covas.
Os signatários dos Termos de Compromisso foram:
 - Embalagens de óleos lubrificantes: Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo (Simepetro), Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes (Sindilub), Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), Sindicato Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lava-rápidos e Estacionamentos de Santos e Região (Resam), Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap), Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR (Regran), Sindicato Nacional do Comércio Transportador, Revendedor, Retalhista, Óleo Diesel, Óleo Combustível e Querosene (Sinditrr) criarão sistema próprio para recebimento e coleta das embalagens.
 - Embalagens de produtos de higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, materiais de limpeza e afins: Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla) irão trabalhar junto às prefeituras e cooperativas de reciclagem.
 - Embalagens de agrotóxicos: Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) e Associação dos distribuidores de insumos agropecuários (Andav) usarão os canais de comércio próprio desses insumos.
 - Pilhas e baterias: Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) usará os canais dos grandes comércios varejistas.
Outros documentos
 Ainda no evento, houve a assinatura de um convênio com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Grandes Estruturas no Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), que prevê uma série de atividades em conjunto. O foco é a melhoria da gestão dos resíduos de construção e demolição (RCD), incluindo ações de capacitação, desenvolvimento de material didático, entre outros, além de estudos para normas de construção civil sustentável, em atendimento conjunto das Políticas Estaduais de Resíduos Sólidos e Mudanças Climáticas.
 Outro documento assinado foi um Protocolo de Intenção entre a Secretaria do Meio Ambiente (SMA), Sinduscon-SP e Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O objetivo é discutir a construção de um sistema declaratório de resíduos sólidos para o estado de São Paulo, ferramenta de gestão prevista em lei e que consiste em um sistema de informação para gestão dos resíduos sólidos no estado, assegurando a rastreabilidade dos resíduos e a confiabilidade das informações.
 No evento ainda foi anunciado a assinatura, ocorrida em dezembro de 2011, de um contrato entre o Governo do Estado, por meio da SMA, e Caixa Econômica Federal (CEF) para repasse de recursos para elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS), no valor de R$ 1,750 milhão, com contrapartida de R$ 700 mil da SMA. Os valores foram obtidos por meio de um edital do Ministério do Meio Ambiente, no qual a proposta da SMA ficou em primeiro lugar.
 Além destas parcerias, o Governador Geraldo Alckmin ainda assinou na ocasião um decreto criando o Programa Estadual de Implementação de Projetos de Resíduos Sólidos. O objetivo é atender às diversas ações do governo do estado na política de resíduos sólidos. Esse decreto cria quatro desses projetos, referentes à: elaboração do Plano Estadual de resíduos sólidos; apoio à gestão municipal de resíduos sólidos; apoio às atividades de reciclagem, coleta seletiva e melhoria na destinação final dos resíduos sólidos; e educação ambiental para gestão dos resíduos sólidos. Esses projetos serão, em breve, detalhados pela SMA em normas próprias.
 Ao final, o Governador ressaltou a importância do tema e o caráter pioneiro da iniciativa no país. "A Secretaria do Meio Ambiente assinou o protocolo com as entidades para se ter um trabalho de logística reversa e conscientização dos consumidores", declarou Alckmin. Com informações da SMA.

reciclagem de embalagens de agrotóxicos

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MT é referência na reciclagem de embalagens de agrotóxicos
Do G1, com informações do Globo Rural
O Brasil aparece em primeiro lugar no ranking mundial dos países que mais recolhem embalagens de produtos agropecuários, com destaque para os agricultores de Mato Grosso.
Agricultor há 34 anos, Vitório Cella lembra das dificuldades que teve para se desfazer das embalagens de agrotóxico. “Esmagava os latões para se decomporem e as embalagens de vidro eram enterradas num solo mais profundo. Depois, veio a embalagem plástica. E então veio a reciclagem. Com a reciclagem, veio a conscientização da devolução”, disse.
Ele e outros produtores rurais podem agendar e fazer a entrega em uma das unidades recolhimento. A central, em Sorriso (MT), recebe uma média de cem toneladas de embalagens de agrotóxicos por mês, que saem da cidade e de oito postos da região. É um trabalho que funciona há 11 anos e ajuda a evitar prejuízos ao meio ambiente e à saúde da população.
Na central, trabalham 12 funcionários que precisam estar devidamente equipados. Todo o material recolhido passa por um processo de limpeza e prensagem. Depois, é separado em fardos que pesam 80 quilos. Quando recicladas, as embalagens se transformam em outros produtos.
Números
Mato Grosso é referência no país na reciclagem de embalagens. Só no primeiro semestre deste ano, o estado destinou 3,3 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos. Isso é 23% a mais do que o mesmo período do ano passado.
O Brasil recolheu, ano passado, 94% das embalagens; o Canadá, 73%; e a Alemanha, 65%

Indústrias querem fonte de financiamento para investir em uso racional de água

quinta-feira, 1 de março de 2012

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Os industriais brasileiros querem que a arrecadação obtida com a cobrança pelo uso de água das bacias hidrográficas brasileiras tenha como destino o financiamento das empresas que desejam se modernizar em relação ao uso racional da água. Esse dinheiro vem, principalmente, das concessionárias de distribuição de água, das indústrias e das populações locais.
A cobrança pelo uso da água é um dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos instituídos pela Lei 9.433, de 1997, no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos. Tem como objetivo estimular o uso racional da água e gerar recursos financeiros para investimentos na recuperação e preservação dos mananciais. Não se trata de imposto, mas de um preço condominial fixado a partir de um pacto entre os usuários de água e o comitê da respectiva bacia hidrográfica.
Com o objetivo de preparar um estudo de mecanismos que garantam o acesso das indústrias a esses recursos, foi assinado nesta quarta-feira (29) um acordo entre a CNI e a Agência Nacional de Águas (ANA).
Entre 2003 e 2011, a receita com a cobrança pelo uso da água nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ); do Rio Paraíba do Sul; e do Rio São Francisco chegou a R$ 209 milhões. Desse total, cerca de 30% (R$ 63 milhões) foram pagos pelas indústrias.
Segundo o Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, da ANA, a indústria é responsável por 17% do volume de água retirada dos rios e lençóis freáticos do País e por 7% do consumo de todos os recursos hídricos.
“Brasil e Tailândia estão entre os países que mais sentem os efeitos das mudanças climáticas e isso tem resultado em prejuízos bastante relevantes. Portanto, as discussões sobre água e meio ambiente já deixaram de ter apenas uma visão rotulada como marketing e passaram a implicar definições de medidas concretas a serem adotadas”, disse o presidente da ANA, Vicente Guillo, durante a cerimônia de assinatura do acordo. (Fonte: Pedro Peduzzi/ Agência Brasil)

Pesquisa avalia regeneração de dentes a partir de celulose bacteriana

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Um estudo realizado por uma doutoranda do Instituto de Química, IQ, câmpus de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista , Unesp, avalia a utilização de um material feito a partir de celulose bacteriana para a regeneração dentária.
A pesquisa da cirurgiã-dentista Sybele Saska, utiliza a celulose da bactéria Acetobacter xylinum, um microorganismo encontrado em frutas e legumes em decomposição.
O material pode recuperar tecidos ósseos em um período de 7 a 15 dias, o tempo varia de acordo com o tamanho do dano. A capacidade regenerativa foi comprovada por testes in vitro e por um ensaio piloto com coelhos.
O produto levou cerca de um ano e meio para ser produzido e teve sua patente depositada em maio do ano passado, com o apoio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp.
A membrana é composta, além da celulose bacteriana, por colágeno, um mineral que compõe o esmalte do dente, chamado de hidroxiapatita e peptídeos sintéticos, que são sequências de aminoácidos. Os peptídeos utilizados na pesquisa são capazes de regular o crescimento ósseo e contribuem com a regeneração.
“Essa inédita combinação traz uma nova perspectiva para o processo de regeneração de tecido ósseo”, explicou a pesquisadora. Segundo ela, apenas defeitos ósseos pequenos podem ser tratados com esse tipo de material.
A pesquisa foi premiada durante a 88ª Sessão Geral da Associação Internacional de Pesquisa Dentária, em julho de 2010, em Barcelona, na Espanha.
*Com informações da Unesp.